15 de agosto de 2019

O Sr. Hermann Tribess

Principal corredor de serviço do Bairro Tribess, a Rua Hermann Tribess simboliza a evolução deste jovem bairro. A extensão da rua que já teve caráter rural, com plantações e criação de animais, hoje é um misto de composição comercial e residencial.

O nome da via está ligado a um dos primeiros moradores da região.  As primeiras picadas da rua foram abertas por esse alemão radicado no Brasil chamado Hermann Tribess.

Hermann Tribess nasceu na Alemanha em fevereiro de 1865

            Nascido na Alemanha em 25 de fevereiro 1865 veio para o Brasil como imigrante, onde se destacou como agricultor. Foi o primeiro morador da rua e um dos primeiros da região. Por isso era referência para os outros moradores que começaram a viver por estes lados.

            Sua esposa, Ottília Augusta Blaesing, era Filha de Guilherme Blaesing e Augusta Senker. Nasceu em sete de maio de 1871 na Alemanha e imigrou para Blumenau em 1873 com seus pais. Ottília casou-se com Hermann Tribess, com quem teve 15 filhos, sendo 12 homens e 3 mulheres, criaram todos nas atividades rurais.

Os doze filhos do Sr. Hermann Tribess (acima não estão as três filhas)

            Em entrevista realizada em 12 de abril de 2012 com as netas do Sr. Hermann Tribess, a Sra. Ivone Krutzsch e dona Iracema Luciani, (ambas nascidas Tribess), elas nos contaram um pouco dos fatos e da rotina desta numerosa família.

            “A vó Ottília sempre ficou morando com o nosso pai, Gustavo Tribess e ela contava muitas histórias para nós, como a história de que o Hermann Tribess foi o primeiro morador aqui desta rua, relatava que ele dizia ter sido muito difícil abrir a rua, atividade feita com machado, foice e facão e que primeiro só tinham um ranchinho de palha, depois aos poucos, construíram a casa. Eram realmente muito pobres.” Nos relata dona Ivone.

            “Ela contava também que veio com 4 anos da Alemanha e conheceu o Hermann em Joinville. Ele também havia vindo da Alemanha. Juntos tiveram 15 filhos e que mais tarde se dividiram: um foi para o Mato Grosso, outro para o Paraná, seis para Trombudo e sete ficaram por aqui. “

            Na casa da foto abaixo moravam 18 pessoas, o casal Hermann e Ottília, os 15 filhos e a mãe de Ottília, Augusta Bläsin nascida em 1839 e falecida em 1937, com 98 anos.

A casa de Hermann Tribess, que abrigava sua numerosa família

            Nas atividades agrícolas podemos destacar que plantavam milho, aipim, feijão e alimentos em geral para a sobrevivência, plantavam também a cana de açúcar pois tinham um engenho onde produziam o melado e açúcar mascavo. Viviam também de caça e pesca que eram muito farta e abundante na época. Dona Iracema nos conta que outra atividade agrícola que exerciam, era o plantio de fumo e na época da safra, levavam o resultado de sua colheita para a Cia. Souza Cruz, atravessando a cidade de carroça. Na volta da viagem o pai Gustavo comprava balas de coco para alegrar a garotada. Dona Iracema nos contou também que muitas vezes aos domingos à tarde, ao invés de brincarem como era costume, ajudavam na colheita do fumo.

            Frequentavam a escola e iam sempre a pé com a estrada cheia de lama e mato. Na foto abaixo tirada em 1956, registra a foto da turma que frequentava a escola estadual na Fortaleza Alta, com a professora Lina Scheidemantel em seu aniversário.

Turma de 1956: Era comum os alunos irem descalços para a escola.

            Dona Ivone fez questão de destacar que sua mãe, dona Emma Tribess gostava muito de crianças e sempre que possível fazia doações e ajudava as pessoas e a comunidade.

            Um fato importante destacado pelas irmãs foi de que naquela época, não podia faltar sal, muito utilizado, e querosene para as lâmpadas. Outra lembrança marcante que nos relatam: “Os carroções da Cia Jensen passavam a cada 14 dias, trazendo algumas mercadorias que não tínhamos”.

            Uma curiosidade sobre a Oma Ottília, como era conhecida foi que ela obteve o prêmio de mãe mais idosa no concurso instituído pela firma Hermes Macedo, em maio de 1962. Tinha então 91 anos de idade.

Desfile de Reis, na saída da Hermann Tribess com a Francisco Vahldieck

Vale destacar  que a família sempre participou de eventos, como os tradicionais bailes de rei e rainha, além de desfiles cívicos na cidade, como o da foto acima, onde dona Ivone e dona Iracema participaram do desfile de 2 de setembro em 1982, onde carregavam a foto do fundador da colônia, Dr. Blumenau no desfile em sua homenagem.

                    Hermann Tribess faleceu em 21 de Janeiro de 1931, com 66 anos de idade.

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